O Sufjan Stevens surpreendeu definitivamente o mundo com o seu The Age of Adz. Tivemos uma primeira amostra do que seria seu trabalho novo com “I Walked” e “Too Much”, mas ao ouvir o disco por completo tive a sensação de que estava ouvindo um encontro entre o Radiohead e o Animal Collective, acrescentando um Sufjan completamente pirado e 30 pessoas cantando em coro. Prova disso é uma das melhores faixas do Adz, “I Want To Be Well”, além de gigante epopéia “Impossible Soul”, com seus vinte e cinco minutos de duração. Ela por si só merece um post a parte.
Em “I Want To Be Well”, Sufjan nos leva a uma viagem muito próxima ao que o Radiohead fez na clássica “2+2 = 5“. A faixa tem uma energia incrível e vai crescendo assustadoramente até repetir “Well I Want to Be” por mais de 3 minutos em coro, como se Stevens cantasse quase que em transe. Já em “Futile Devices” temos um pequeno resgate daquilo que ele era, singelo e doce, numa de suas mais bonitas composições. A faixa que abre o álbum certamente destoa de todo o resto do disco, que é mais barulhento e eletrônico, mas sem discrepância ou gratuidade. É como se ela nos preparasse pro que havia de vir. Certamente, Sufjan fez um dos discos do ano, mas acima de tudo um divisor em sua carreira, e será lembrado por isso por um bom tempo.